"De fato, só a Filosofia do Ser, da Verdade, da Inteligência, do Senso Comum pode salvar, e reconduzir ao caminho de que se extraviou, um pensamento em naufrágio, que apenas considera a mobilidade universal, ou se dissolve num ceticismo negador, ou r etrograda à idolatria mísera do Instinto, ou aceita por boas as explicações fornecidas pelo delírio subjetivo, quando não pelos transes caóticos do Inconsciente. Contra as aberrações do mobilismo total, Santo Tomás afirma o Ser como ponto de apoio es tável contra as negações suicidas do ceticismo, afirma a existência da Verdade contra a mitologia inferior do Instinto, afirma a espiritualidade e a soberania da Inteligência contra os desatinos subjetivos e as fábulas do Inconsciente, afirma o pr edomínio realista do Senso Comum, fundado na claridade inabalável dos primeiros princípios. E não recorram os adversários da perennis philosophia ao mais fácil e mais frívolo argumento! Não se declarem incompatíveis com a Escolástica tomista sob o pr etexto de que se resume a vaga série de abstrações, a puro jogo verbal. As abstrações do Aquinense correspondem a realidades - cingem-nas e interpretam-nas veridicamente. Essência e existência, matéria e forma, substância e acidente, etc. - são termo s que iluminam, com decisiva força, a especulação humana."