Neste seu ensaio de estreia, Patricia Marouvo faz do romance As ondas (1931), de Virginia Woolf, um mapa para questões que ainda nos são extremamente contemporâneas: os contornos da identidade, a diferença enquanto possibilidade de encontro, a litera tura como porta de acesso a um mundo capaz de se refazer no movimento entre leitura e escrita. Em diálogo com a filosofia e a crítica especializada, a pesquisadora explora poeticamente as possibilidades de mudança e transformação que Woolf, enquanto uma mulher de seu tempo, criou por meio da ficção, instância de tensionamento e alargamento da realidade para a autora inglesa. O que Marouvo nos oferece é um estudo incontornável para quem quiser redescobrir As ondas em sua complexidade estética e p olítica, navegando com destreza e extrema atenção pelo que chama de uma poética hídrica em Virginia Woolf.