Como apreender o jornalismo sob o prisma da historicidade dos seus fenômenos? Ao buscar caminhos para responder essa indagação, este livro problematiza a maneira normativa pela qual a atividade jornalística e sua história têm sido prioritariamente de scritas nos discursos autorreferentes, sobretudo naqueles ligados a ideais modernizadores. Mesmo diante de uma materialidade complexa, o que se percebe nesses ideais é a adoção de um conceito estreito e totalizador, que fixa "jornalismo" como uma ca tegoria vazia das dimensões temporais. Dita perspectiva, persistente na historiografia sobre os jornais brasileiros, instaura uma narrativa presentista que tende a considerar o passado como um depósito inerte, sem capacidade de nos afetar ou agenciar . Isso fica evidente, por exemplo, no relato da modernização do jornalismo brasileiro nos anos 1950, calcado na ideia de grandes rupturas e revoluções a partir de uma visada linear e teleológica. Nesse sentido, A constituição moderna do jornalismo no Brasil propõe formas de reabrir esse passado, encarando-o como uma tradição viva. Esse caminho permite analisar criticamente, com uma mirada histórica, o hiato identificado entre a promoção de uma concepção identitária única - relacionada à própria modernização - e a variedade de formas pelas quais os jornais narram e sabem o mundo. Isso com vistas a historicizar uma e outra para compreender como o singular coletivo "jornalismo" e seu conjunto de valores modernos são configurados, promovidos e sustentados ao longo do tempo.
Código: | 9788547342814 |
EAN: | 9788547342814 |
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A CONSTITUIÇÃO MODERNA DO JORNALISMO NO BRASIL
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