• A EDUCAÇÃO DE SURDOS NA CIDADE DE BELO HORIZONTE: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

A educação de surdos, como tema complexo, envolve uma história marcada por equívocos e lutas sociais. O Congresso de Milão, realizado em 1880 e que contou com educadores de surdos, proclamou que a língua oral era mais apropriada do que a comunicação gestual. Estudos realizados sobre o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) (GOLDFELD, 1997 STROBEL, 2009 MORAIS CRUZ, 2020 dentre outros) destacam a prevalência do oralismo durante décadas na instituição. Considerando esse percurso hist órico, esta pesquisa teve por objetivo investigar a educação dos surdos, tomando como pano de fundo as fases da educação especial propostas por Borges e Campos (2018), ou seja, das classes especiais até a Educação Inclusiva na cidade de Belo Horizont e, Minas Gerais. A pesquisa foi desenvolvida na perspectiva histórica de Le Goff (1990), tomando ainda como referência as orientações de Nosella e Buffa (2013), a partir da análise documental, principalmente de fontes primárias, como os boletins Infâ ncia Excepcional, a correspondência entre Helena Antipoff e Helena Dias Carneiro, e os prontuários da Escola Estadual Pestalozzi. Além disso, foi realizada uma entrevista semidirigida com dois importantes personagens da história da educação dos surdo s em Minas Gerais, o professor Antônio Campos de Abreu e a professora Maria Barbosa Coelho, que são lideranças no movimento pelo reconhecimento da Libras e do bilinguismo dos surdos. Pelas análises realizadas, foi possível perceber que o Instituto Pe stalozzi (1935) foi uma das primeiras instituições públicas que se dedicou ao ensino de surdos em Belo Horizonte. Helena Antipoff, idealizadora do Instituto, teve um papel fundamental na escolarização dessas crianças, assim como Ester Assumpção. Nos boletins publicados pela Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais observou-se a influência do oralismo. A correspondência de Antipoff revelou sua proximidade com o INES, além disso, os prontuários dos alunos do Instituto Pestalozzi, através do silêncio e m relação às práticas educativas, revelaram a pouca ênfase aos aspectos educacionais formais para os surdos. A conclusão do estudo demonstra que a mudança de paradigma do modelo médico para o modelo social da deficiência, por fim, sua luta pelo bilin guismo, foi fundamental para a conquista de direitos pela comunidade surda.

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A EDUCAÇÃO DE SURDOS NA CIDADE DE BELO HORIZONTE: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

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