O que e quem somos ainda, quando perdemos nossos amigos, nossa pátria, nossa cidade, nossa língua e nosso Deus? Como pode a fé moldar o mundo e que fazes quando a realidade em que acreditas te mente? É possível que, alguma vez, apareça uma grande fé unificadora, uma espécie de esperanto da religião, que aproxime todos os homens? São algumas das perguntas graves cujos fios passam pela espantosa narrativa da vida de Sabatai Zevi, um falso Messias nascido no ano de 1626 depois de Cristo ou 5386 , segundo o calendário judaico. A vida de Sabatai é reconstituída pelo doutor Mehmet Akif para seu amigo de juventude, o voltairiano Spiros Philippidis, no ano de 1923, o ano da Convenção para a troca de populações, decidida pelo Tratado de Lausann e: os muçulmanos da Grécia tinham de ser mudados para a nova república de Atatürk, e os cristãos ortodoxos da Ásia Menor seriam levados para a Grécia. A história do presente, que envolve os dois amigos, está ainda coberta pelos acontecimentos do sécu lo XVII, que cada um deles entende de um modo diverso. E o final é inesperado... Um romance repleto de volutas barrocas, em que a verdade histórica e a imaginação mostram igualmente suas tentações. E o mistério do seu cerne "é o da sobrevivência." O conselho do crítico: Não percais as intervenções do Autor, uma personagem simpática e muito atenta à narrativa. Será útil para vós. IOANA PÂRVULESCU