O direito a sermos como somos tem-se afirmado, desde os anos 1970, como uma ideia de força maior, um poderoso transformador antropológico. Mudou a forma como as pessoas se relacionam consigo mesmas, com o género, com a sexualidade e com a família, co m o trabalho e a arte, com a política e a religião. Reformulou fundamentalmente o modo de ser e de viver em sociedade, configurou uma nova condição subjectiva, deu origem a uma nova fase na civilização dos indivíduos. Contribuiu para o advento do est ágio hipermoderno do estado social democrático-individualista: fez-nos mudar o mundo.
Estamos no momento em que esse ideal atingiu o zénite da sua influência social. Agora é sermos nós mesmos no consumo quotidiano - comer, viajar, vestir, decorar a casa, comunicar. Nenhum setor escapa ao fetichismo do autêntico. Em todos os contextos queremos sentido, verdade, transparência, naturalidade, sinceridade, fidelidade a si mesmo. Vivemos uma fase de conclusão histórica da cultura da autenticidade.
S eremos capazes de enfrentar todos os desafios do nosso século ansioso? Nada é menos certo.
Código: | 9789724425948 |
EAN: | 9789724425948 |
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A SAGRAÇÃO DA AUTENTICIDADE
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