Reúnem-se aqui seis dos principais textos do psicanalista Jean-Michel Vivès sobre a voz na clínica psicanalítica, bem como sobre a sua presença na música e na literatura. Dando sequência aos desdobramentos decorrentes da nomeação da pulsão invocante por Jacques Lacan, Vivès aborda não só a metapsicologia e o campo psicopatológico, com destaque para a gagueira, mas também a reinterpretação do encontro de Ulisses com as sereias por Franz Kafka e a invenção da direção de ópera por Herbert Graf, o c élebre paciente de Freud conhecido como o pequeno Hans. A originalidade e o alcance clínico das formulações do autor insistem na relevância de o psicanalista supor a existência de um sujeito capaz de responder ao "Tu és isso" da censura com um "Não sou apenas isso" essencialmente simbólico e surgido sob um fundo de silêncio imemorial desvelado pela voz. Nesses termos, o psicanalista é um sujeito suposto saber que há - além das inibições, sintomas e angústias com que se depara - a criação de um "Eu me tornarei", cujas coordenadas se valem dos restos decantados pelo trabalho analítico. Eis por que o fim de uma análise, bem como a conclusão de uma obra teatral ou de uma ópera devidamente encenadas, atualiza a invisibilidade daquele que impri me a sua direção, no sentido de que sua presença se soluciona ou dissolve na trama que leva ao surgimento do inaudito. Ao se separar da necessidade de suas construções sintomáticas, o sujeito se põe a inventar o que será a obra de sua vida, autorizan do-se a insistir no que é o seu desejo.
Código: | 9788577402663 |
EAN: | 9788577402663 |
Peso (kg): | 0,000 |
Altura (cm): | 23,00 |
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A VOZ NA CLÍNICA PASICANALÍTICA
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