A obra crítica de Rodrigo Naves caminha em tensão permanente entre as noções de forma e história. Seu livro A forma difícil, lançado originalmente em 1996, é um marco na interpretação da arte brasileira. A partir de leituras minuciosas das obras de G uignard, Volpi, Debret e Amilcar de Castro, Rodrigo discute a dificuldade de emancipação da forma moderna na arte brasileira. Em seus ensaios, a análise da materialidade específica de cada trabalho é sempre o ponto de partida. Não é diferente nesta p oderosa interpretação da obra de Van Gogh. Atento à fatura expressiva das icônicas telas do artista holandês, Rodrigo procura entendê-las à luz da ideia de salvação, profundamente enraizada na formação protestante do pintor (seu pai era pastor de ori entação calvinista e ele próprio foi pastor assistente). As consequências críticas do argumento são inúmeras - e contribuem para uma imagem mais nuançada da trajetória do artista, refém de incontáveis estereótipos associados à genialidade e à loucura . O Van Gogh que surge destas páginas não é apenas o gênio instável e atormentado, mas um artista consciente dos mínimos aspectos de seu ofício, ao qual se via ligado como a uma predestinação religiosa. A liberdade de referências típica dos mais pren dados ensaístas, o rigor da análise formal - devedor de exigentes leituras de estética -, a limpidez do estilo, a originalidade dos pontos de vista, a assertividade das opiniões, o espírito de provocação, todos esses predicados da influente obra de R odrigo Naves se fazem presentes neste ensaio. Como nos quadros do pintor holandês, vaza luz das páginas deste livro. E ela nos ajuda a enxergar com mais nitidez os enigmas do mundo lá fora.
Código: | 9786556920887 |
EAN: | 9786556920887 |
Peso (kg): | 0,000 |
Altura (cm): | 0,90 |
Largura (cm): | 13,50 |
Espessura (cm): | 20,80 |
Van Gogh: a salvação pela pintura
- Disponibilidade: 11
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