Mais Atual Que Nunca, A Denúncia Contida Na Obra Café, De Portinari, Dialoga Ainda Hoje - 82 Anos Depois Da Primeira Exposição Da Obra - Com As Condições De Exploração Do Trabalho E Com A Tendência Eugenista Da Elite, Que Permeia O Cenário Político, Empresarial E Midiático No Brasil Atualmente. Ao Analisar Café, Vislumbrando As Reformas Trabalhistas De 2017, Causa Grande Impacto Perceber Que, Em Menos De 100 Anos, Propõe-Se Reduzir As Regulamentações E Conquistas Do Trabalho Às Condições Similar es Ao Início Do Trabalho Livre. Em Psicologia E Arte: Aspectos Psicossociais, Históricos E Culturais Na Obra De Portinari, Hebe De Camargo Bernardo Analisa E Interpreta A Obra Café De Forma Multidisciplinar, Abordando Primeiramente O Momento Históri co, Social E Cultural Da Década De 1930, No Brasil - Período Marcado Ainda Pela Transição Entre A Escravatura E O Trabalho Livre E Pelo Modernismo Nas Artes E No Estado, Que Buscava Se Afirmar Nas Questões Desenvolvimentistas E Nacionais. Também É E stabelecida Uma Reflexão Sobre Os Caminhos Tomados Pela Obra De Portinari Em Relação À Produção Modernista Na América Latina E Na Europa. Num Segundo Momento, O Perfil Da Gênese De Café É Apresentado Por Meio Dos Inúmeros Estudos Realizados Por Porti nari Em Técnicas E Suportes Variados, Abordando A Construção Dos Personagens, Das Cenas E Do Ambiente Que Compõem A Obra. Finalmente, A Autora Realiza Uma Leitura Estética Da Obra Com O Suporte Da Gestalt, Onde Geometria, Forma, Proximidade E Dimensi onalidade São Analisadas. Ao Relacionar Todos Esses Aspectos Em Café, É Possível Assimilar A Amplitude, O Perfeccionismo E A Ideologia Que Orientou Portinari Em Sua Criação. O Artista, Sem Dúvida, Fez De Seu Labor Artístico E Estético Um Instrumento De Representação E Denúncia Social. Em Suas Telas, Afrescos E Desenhos, Utilizando-Se De Cores Intensas, Plano E Forma Perfeitos, Retrata O Negro, Os Mestiços, Os Trabalhadores E Denuncia A Exploração Do Trabalho. Um Livro Que Vale A Pena Ler E Ver.