O rap se consolidou como gênero musical no Brasil na virada dos anos 1980 para 1990. Como parte de uma cultura afro-diaspórica, o gênero se abrasileirou rapidamente, incorporando batidas, sotaques e vivências próprias. Dentro desse contexto, a religi ão sempre foi uma constante, seja nos ritmos, na poesia ou nas imagens que foram produzidas no rap brasileiro. Esse livro vem preencher uma lacuna nos estudos do hip-hop no Brasil, tendo por objetivo discutir o papel e o significado que as crenças, o s mitos e as religiosidades adquiriram no rap nacional desde as suas origens até em artistas mais recentes do movimento. Também pretendemos com esse texto fornecer chaves de leituras e métodos oriundos dos estudos da religião, que podem contribuir pa ra novas pesquisas nas ciências humanas. Demonstrando, assim, não só a importância da Ciência da Religião e da Teologia para os debates da sociedade contemporânea, mas revelando que o rap e a cultura hip-hop precisam fazer parte de seus empreendiment os científicos. Esperamos que esta leitura contribua não só com a reflexão acadêmica, mas para todas as pessoas que se interessam ou sobrevivem diariamente com e pela cultura hip-hop.