Carlos Skliar se recusa a imobilizar o vital. Talvez esse tenha sido o seu desafio mais permanente como escritor, como professor, como pesquisador. E disso - do vital na linguagem e do vital na educação - é que é feito este livro. Talvez por isso rec orra aqui à forma do fragmento e da montagem, a isso que no cinema se chama edição. Editar significa cortar as sequências no momento certo e montá-las entre si em uma sucessão rítmica e significativa. Na montagem, uma imagem em movimento é seguida po r outra imagem em movimento. Mas é no corte, no que não se vê, nesse tipo de ponto invisível produzido pela superposição de duas imagens visíveis, que se produz o essencial. Neste livro há um fragmento seguido de outro fragmento. Mas é no intervalo, na diferença, nesse silêncio que ocorre entre o final de um movimento (de um fluxo verbal, de uma respiração) e o início de outro, que se produz o que mais importa: a possibilidade de que o leitor se detenha um momento e crie em si mesmo uma espécie de bolha que poderia muito bem ser caracterizada como pensativa. E é esta, exatamente, sua generosidade. Em um texto cuidadosamente editado e montado, denso em ecos e ressonâncias, Carlos Skliar nos fala não tanto da linguagem, mas da experiência da linguagem, com a linguagem e na linguagem. Uma experiência ao mesmo tempo lúcida e apaixonada em que a leitura, a escrita e a conversação são medidas com um mundo feito de interrupções, de iluminações, de alteridades e de mistérios. E nos fala também não tanto da educação, mas da experiência da educação, quando essa experiência está atravessada (e se deixa atravessar) por uma língua viva.
Código: | 9788582174623 |
EAN: | 9788582174623 |
Peso (kg): | 0,000 |
Altura (cm): | 1,30 |
Largura (cm): | 14,00 |
Espessura (cm): | 21,00 |
Desobedecer a linguagem: Educar
- Disponibilidade: Esgotado
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R$64,90