Este primeiro Dicionário da Religiosidade Popular tem todas as características de um ´abecedário´, no seu sentido humanista. Desde o fim da Idade Média, o Humanismo se distingue pela maneira aberta e tolerante de pesquisar, pensar e explicar. Durante quarenta anos, o autor reuniu e organizou em verbetes uma grande variedade de informações sobre a vida e a experiência religiosa do povo brasileiro. Buscou a coerência de suas culturas e não tanto a lógica total e racionalista. Tanto recorreu às ciê ncias e às artes, quanto procurou estar presente lá onde as coisas acontecem. Pesquisou também arquivos, no Brasil e em Portugal. Na análise da relação entre cultura e religião, alguns temas são constantes: as raízes indígenas a memória da escravidã o e da mãe África a forte influência lusa a brasilidade mestiça a dialética entre o oficial e o popular, hoje e no passado migração e urbanização a situação socioeconômica a mídia a união na diversidade a comunidade de base instituições reli giosas e a fé viva do povo. Assim, à diferença de outros, este não é um dicionário de folclore no sentido que não enfoca apenas o tradicional, mas a múltipla experiência religiosa do povo brasileiro no passado e no presente. Foi privilegiada a fala do povo através dos seus representantes: o mestre da folia, a rezadeira, o capitão do congado, a mãe de santo, o cordelista e tantos outros. Suas histórias, depoimentos, provérbios, cantos e orações estão impressos em itálico, destacando assim a par te mais importante do Dicionário. Na religiosidade popular, aparecem assuntos tais como a espinhela caída, simpatias para curar, transe, visagens, que não cabem nas teorias oficiais e, neste Dicionário, há uma preocupação essencial: compreendê-los, sem recorrer a explicações como as da parapsicologia. O povo do Jequitinhonha, querendo entender a vida ou resolver algum problema urgente, dizia ao autor: "morei no assunto" ou "pus aquilo no sentido". Caro leitor, é isso mesmo, a verdade é vivi da, compartida e concreta e não começa com teorias prontas. Grande é a riqueza cultural e religiosa dos pobres. Na busca da verdade, saibamos ficar satisfeitos com os caquinhos que alcançamos. Sobre o Autor: Francisco van der Poel, franciscano, m embro do corpo docente do Instituto Jung, em Belo Horizonte (MG) do Conselho do Centro da Memória da Medicina, na UFMG do corpo docente do Instituto Santo Tomás de Aquino, de teologia da Comissão Mineira do Folclore do Instituto Histór
Código: | 9788580661026 |
EAN: | 9788580661026 |
Peso (kg): | 0,000 |
Altura (cm): | 25,00 |
Largura (cm): | 17,00 |
Espessura (cm): | 3,00 |
DICIONARIO DA RELIGIOSIDADE POPULAR
- Disponibilidade: Esgotado
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