O termo desfiliação do trabalho passou a ser utilizado para identificar a imensa geração populacional sobrante das forças decorrentes do avanço do capitalismo industrial desde o final do século 18. Com o predomínio do modo de produção de manufaturas, a sorte do contingente de trabalhadores associados à velha sociedade agrária dependeu cada vez mais de suas próprias forças organizativas, bem como das alianças em torno da construção do Estado de bem estar social. No Brasil, o abandono do trabalho escravo ao final do século 19 marginalizou, em grande medida, a mão de obra nacional em detrimento da absorção de trabalhadores imigrantes. Essa primeira fase da desfiliação do trabalho durante da fundação do capitalismo no país somente ganhou maior expressão a partir a década de 1920 com a disseminação de enormes fluxos de força de trabalho sobrante do campo para a as cidades, especialmente aquelas que concentravam os maiores avanços do projeto urbano industrial. Sem completar o processo de est ruturação do mercado de trabalho e postergar a construção do Estado de bem estar social, a classe trabalhadora foi obrigada a conviver numa economia de baixos salários e enorme subdesenvolvimento nas relações de trabalho. A desvalorização daqueles qu e dependem do seu próprio trabalho para sobreviver não deixou de ser evidente, marca maior do processo inequívoco de desfiliação das classes trabalhadoras.

Código: 9788571064270
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CLASSES DO TRABALHO EM MUTACAO

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