A crença humana em um Ser Superior que ofereça sentido último e fundamental para a vida é uma questão em aberto, sempre desejada e limitada pela racionalidade humana. A humanidade, naturalmente, se prende no encantamento, na admiração, no apaixonamen to, no fascínio e na ritualidade, se entregando, muitas vezes, na ordem do que é sagrado. A experiência do divino faz a pessoa diferente porque tanto a fortalece, existencialmente, num nível pessoal, quanto tende a melhorar a sociedade. A questão de Deus nos coloca diante da exigência do bem, não porque a moral dependa da religião, mas porque a vida social não pode ser compreendida somente na lógica do mundo ou da natureza, pois quanto mais agarrados aos argumentos mundanos, menos eles nos satis fazem. As coisas mais sérias que fazemos remetem a uma sobrenaturalidade. A vivência cultural é importante, mas não é suficiente. O diálogo direto com Deus é fundamental, pois a experiência de Deus é diferente da experiência das coisas e não é contrá ria à razão humana. Em nosso tempo temos que encontrar, nas diferentes religiões, não importa se judaica, cristã, budista, hinduísta, afrodescendente, islâmica, espaços de diálogo e respeito. Cada religião deve permitir ao crente tornar-se melhor, qu alificando, ainda mais, o seu encontro com Deus. Esse encontro deve desdobrar-se no encontro com o outro e reforçar o respeito humano.