Os temas discutidos neste livro dizem respeito a questões hoje evitadas pela "filosofia universitária". Saber se é possível uma comunidade humana sem divisões verticais entre oprimidos e opressores, bem como discutir seriamente o papel da violência r evolucionária - tanto em suas formas ativas (ocupações, manifestações, ação dos black blocs etc.) quanto passivas (greve geral, desobediência civil etc.) - constitui o principal desafio de um pensar que já não pode evitar a constatação de que vivemos sob o estado de exceção econômico permanente. O mecanismo global capitalista conta com três estruturas - trabalho, espetáculo e especulação - que garantem não apenas sua naturalização (fazendo parecer eterno e inevitável o que não passa de conjuntur a histórica), mas principalmente a celebração de sua glória, levando-nos a acreditar que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Cabe à filosofia radical enfrentar cada um desses três desafios e propor novas formas de produção de riquezas que não est ejam conectadas ao trabalho, entendido como outra face do capital e, portanto, tão opressivo quanto este. Do mesmo modo, é necessário denunciar a natureza espetacular do discurso que a ordem faz sobre si mesma, trazendo à luz suas fraturas e pontos f racos, o que só pode ser feito a partir de uma concepção de história descontínua, não-linear e comprometida com a tradição dos oprimidos. Um terceiro passo no projeto de uma filosofia radical seria desmascarar a retórica dos direitos humanos universa .
Código: | 9788580542776 |
EAN: | 9788580542776 |
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FILOSOFIA RADICAL E UTOPIAS DA INAPROPRIABILIDADE - UMA APOSTA ANÁRQUICA NA MULTIDÃO
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