A filosofia moral de MacIntyre e a sua teoria da justiça resgatam a ética das virtudes de inspiração aristotélico-tomista para superar o caos moral que, segundo ele, domina a sociedade moderna. Ele atribui a origem desse caos ao Iluminismo (sendo Kan t o seu alvo principal), que destruiu uma tradição moral consolidada, afirmando a independência e a autonomia do indivíduo liberto de qualquer autoridade e portador de direitos eliminou a ideia de um telos da ação humana introduziu uma ética fundad a em primeiros princípios abstratos, que desconhece as tradições históricas e as narrativas nas quais os grupos humanos de reconhecem. A organização político-social que permite a existência das muitas éticas modernas é o Liberalismo, produto das Revo luções Francesa e Industrial, que alcançou sucesso graças à sua eficiência e aos resultados práticos. O Individualismo é a sua ideologia dominante, que destruiu a ideia de Comunidade. Concentrando nosso interesse sobre o problema das desigualda des, mostramos que a proposta macintyriana de um retorno à ética das virtudes (em especial, as da "dependência reconhecida" e da "justa generosidade") e ao critério do mérito só se aplica a pequenas comunidades, que por natureza são mais coercitivas e controladoras, e violam autonomia, liberdade e independência do indivíduo mas não resolve o problema das desigualdades em sociedades complexas e não aceita a existência dos direitos humanos. Concluímos que a crítica de MacIntyre se revela como uma análise teórica da desordem moral moderna, e não como um projeto político de transformação, sobretudo porque ele admite que a tentativa de restabelecer uma sociedade nos moldes comunitários seria "ineficaz ou desastrosa".
Código: | 9788544427903 |
EAN: | 9788544427903 |
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A CRÍTICA DE MACINTYRE À MODERNIDADE: LIBERALISMO, INDIVIDUALISMO E TEORIAS DA JUSTIÇA
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