Ao ler CULTURA DIGITAL E LINGUÍSTICA APLICADA o leitor irá se deparar com temas como a educação linguística, a formação de professores e a mediação tecnológica no ensino de línguas. Contudo, se surpreenderá positivamente com a obra porque ela sobrepu ja e muito essa temática, permitindo que a leitura seja marcada por "travessias em linguagem, tecnologia e sociedade". Essas travessias emergem dos capítulos em forma de questionamentos que despertam no leitor a percepção de que as tecnologias digita is, hoje, não são revolução, mas aspecto constitutivo das práticas discursivas corriqueiras. Assim, o livro nos instiga a refletir sobre: * Ao examinarmos os textos digitais, como temos ajustado a lupa para observarmos as relações complexas entre si gnos e enunciados? * Como se dá a participação social nas redes digitais? Ela permite que falemos na existência de "novas" formas textuais e/ou de aprendizagem? * Como essa realidade impacta a noção de "contexto"? * Quais os limites entre os efeit os éticos e estéticos motivados pelas hibridações do cultural com o computacional nas práticas discursivas dos brasileiros? * Que tipo de sociedade e de pessoas surge das intrincadas interações, nem sempre percebidas, entre as máquinas e os humanosq ue com elas e por meio delas buscam ser sujeitos de linguagem? Esse livro, portanto, traz admiráveis contribuições para Linguística Aplicada não apenas pelas questões que suscita, mas porque os seus autores propõem uma expansão do interesse pelas re lações entre linguagem, tecnologia e sociedade. Nesse sentido, a questão mais importante não é saber como funcionam as tecnologias, mas estudar as consequências dos usos na sociedade que o Estado, a escola, as empresas e o cidadão comum fazem delas.