Normalmente, quando pensamos em uma introdução a um autor clássico da tradição filosófica ocidental, imaginamos imediatamente algo assim como um grande resumo das doutrinas fundamentais desse autor. Assim, uma introdução a Platão ou a Aristóteles,por exemplo, deveria supostamente nos fornecer uma visão panorâmica sobre os autores em jogo e uma possibilidade de apreensão de suas concepções em geral. Justamente contra tal noção de introdução, porém, se lançou o próprio Heidegger, seguindo ao pé da letra um preceito estipulado certa vez por G. W. F. Hegel em suas preleções sobre história da filosofia: "só o filósofo pode fazer história da filosofia porque só o filósofo se movimenta no elemento propriamente dito do pensar". Introduções, para He idegger, nunca são simplesmente textos de divulgação, mas se mostram antes como espaços de confrontação crítica com os autores da tradição e de aproximação da dinâmica mesma de realização do espírito. Pois bem, justamente essa compreensão de uma intr odução é o que o leitor pode esperar do texto de Günter Figal. Escapando desde o princípio dos gestos simplistas e das falsas sínteses, Figal reconstrói os primeiros passos de Heidegger em meio às decisões que desde o princípio se impõem ao caminho n o qual o filósofo dá tais passos. Esse caminho envolve desde o início um diálogo intenso com a filosofia grega e com o projeto kantiano de uma crítica da razão finita. A partir de tal diálogo, Figal nos convida a acompanhar o movimento que leva Heide gger de sua tese de livre docência, passando pelo hoje célebre Relatório Natorp até chegar a Ser e tempo, obra capital do pensamento heideggeriano. Em seguida, depois de uma exposição extremamente acurada dos elementos centrais de Ser e tempo e dos p roblemas que levaram a obra a experimentar um fracasso atestado pelo próprio Heidegger, Figal se dedica a uma leitura da filosofia tardia de Heidegger, sem deixar de tocar no desconforto causado pela publicação dos assim chamados "cadernos negros". O que temos, então, é a oportunidade de seguir os diversos impasses com os quais Heidegger se deparou depois da década de 1930 e as saídas que ele incessantemente tentou alcançar por meio daí. Introdução a Martin Heidegger, assim, eleva ainda mais o j á elevado diapasão dessa coleção de "Filosofia primeira"

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INTRODUCAO A MARTIN HEIDEGGER

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