• MODERNO PÓS MODERNO

A sensibilidade desta época - a época dos Indignados do Egito, da Líbia, do Iêmen e da Espanha da Internet e da identidade fugidia e que se rouba da política moribunda dos novos papéis da China capitalista - não é mais a da cultura dita moderna, entre cujos modos estavam o romance de Balzac, o impressionismo, a arquitetura funcionalista-universalista de ângulos retos e paredes de vidro. Pós-moderno é o rótulo que surgiu para descrever este "novo tempo". Mais do que defendê-lo, porém,  Mo derno Pós moderno  propõe que a sensibilidade, passeando entre os novos  modos & versões  culturais, se exercite para não enrijecer e perecer.  Mudar o modo de pensar e de sentir  poderia ser o lema desta época cujas fronteira s com a anterior são exploradas neste livro a partir de referências a críticos, cineastas, filósofos, escritores e artistas (brasileiros ou não) e a situações culturais (brasileiras e outras) que marcaram e marcam momentos fortes da dinâmica cultural . Em seus  Cadernos, Paul Valéry anotava, na segunda década do século XX [que a primeira edição deste livro, em 1986, descrevia como "agonizante e irresolvido"], que as "ideias modernas" em arte limitam-se a indicar apenas os  começos, o esta do nascente de algo. Nesse seu comentário há um certo tom de desprezo pelo moderno, como se a verdadeira arte estivesse em outro lugar, ao lado ou acima da arte moderna. No moderno há de fato muita pressa e muito descompromisso - como se o objetivo f osse  não chegar, e rapidamente, ao lugar buscado. Para o moderno parece de fato mais importante apressar o nascimento de um processo do que concluí-lo. Pode-se ver isso em muita arquitetura moderna, cujas obras entram em precoce envelhecimento e são de quase inviável conservação. E, seguindo Valéry, se a ideia do moderno é a de um  eterno começar, a do pós-moderno seria a do eterno retorno para recomeçar... Talvez o poeta tenha preferido ignorar, primeiro, que essa é exatamente uma das marcas intencionais de nossa modernidade, velha já de mais de dois séculos, e que é inútil tentar preservar, diante dela, conceitos de um classicismo (gerador de obras que começam, desenvolvem-se e permanecem) cuja sobrevivência se dá apenas, não rar o, como referência histórica, museológica. Segundo, que a tensão contínua (e o tesão) entre o estado nascente - e sempre renascente - e o estado de perfeição é a base de toda cultura que se pretenda significativa para seu próprio momento,  este&#

Código: 9788573213584
EAN: 9788573213584
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