No volume anterior, o autor mostrou como o desenvolvimento natural da filosofia moderna pré-kantiana havia desembocado em dois becos sem saída: de um lado, o empirismo fenomenista (Hume), de outro, o dogmatismo racionalista, seja monista (Spinoza), s eja pluralista (Wolff). De ambos os lados, a via de uma evolução ulterior parecia bloqueada: o empirismo acabava na impotência cética, o racionalismo dissolvia-se em contradições internas. No presente volume, o autor explicará como essa dualidade foi resolvida, ainda que não totalmente e nem de modo plenamente satisfatório, pela filosofia de Kant: "Assistiremos às peripécias mais marcantes desse drama intelectual invulgar e consideraremos depois, de bem perto, seu desenlace, consignado nas três Críticas. Esse desenlace, como se sabe, foi uma solução ao menos parcial da antinomia fundamental entre racionalismo e empirismo. Como, desde essa época, as duas tendências antagonistas haviam, cada qual, desenvolvido suas mais extremas consequência s, a conciliação delas por Kant não podia deixar de ser um retorno - inconsciente, aliás - a algum ponto de vista sintético outrora desconhecido pelos ancestrais da filosofia moderna. Na verdade, graças ao esforço contínuo de seu pensamento pessoal, Kant obrigava a filosofia a voltar sobre seus passos ao ponto de cruzamento em que empirismo e dogmatismo racionalista haviam divergido. Sob esse aspecto, o fundador da crítica moderna, não obstante as insuficiências de sua solução, deve ser classifi cado entre os restauradores da unidade necessária entre o Uno e o Múltiplo, comprometida desde o fim da Idade Média".
Código: | 9788595072299 |
EAN: | 9788595072299 |
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O PONTO DE PARTIDA DA METAFÍSICA - CADERNO 3: A CRÍTICA DE KANT
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