Haveria uma invisibilidade feminina? na memória coletiva da greve de Osasco de 1968? Essa foi a questão que encorajou a historiadora Marta Gouveia de Oliveira Rovai a reorientar os rumos de sua então principiante pesquisa quando, coletando relatos ma sculinos sobre a greve, ela soube que duzentas operárias de uma fábrica de fósforos, que tentaram se juntar aos operários grevistas de outra fábrica, foram "dispensadas" pelos homens e mandadas de volta às suas casas. O livro A greve no masculino e n o feminino [Osasco, 1968] resulta dessa reorientação, traduzida na escuta paciente mas obstinada daquilo que as mulheres - quase imperceptíveis nos discursos dos homens - tinham a dizer sobre os significados da greve em suas trajetórias de vida. As l utas pessoais e políticas se cruzaram na atuação dessas mulheres, que se posicionaram como sujeitos históricos no contexto de redemocratização do país. Do espaço domiciliar à entrada em cena pública como mediadoras num contexto de repressão, a greve de Osasco colocou as mulheres no centro da história e da memória osasquense. A "essência" feminina tornou-se tática de luta dessas mães e esposas, e o papel de "cuidadoras" socialmente reservado àquelas mulheres tornou-se ato político na defesa de se us entes queridos. Em tempos de intensa reflexão da sociedade brasileira sobre sua história recente, este livro apresenta em um enfoque interpretativo engenhoso e tocante as histórias de homens e mulheres que construíram a si mesmos através da memóri a coletiva em torno da greve de 1968, em Osasco. São pessoas capazes de ressignificar o passado e dar sentido às suas vidas no presente.
Código: | 9788562959332 |
EAN: | 9788562959332 |
Peso (kg): | 1,000 |
Altura (cm): | 23,00 |
Largura (cm): | 16,00 |
Espessura (cm): | 2,00 |
A GREVE NO MASCULINO E NO FEMININO [OSASCO, 1968]
- Disponibilidade: Esgotado
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R$40,00