Após o triunfo de Fidel Castro em Cuba, em janeiro de 1959, e mais ainda após a tentativa fracassada de golpe dos americanos na Baía dos Porcos, dois anos depois, "não havia intelectual [de esquerda] na Europa ou nos Estados Unidos que não sucumbisse ao feitiço da América Latina, continente onde aparentemente borbulhava a lava das revoluções sociais", escreveu Eric Hobsbawm. Mas o caso do grande historiador britânico era especial: ele dizia que a América Latina era a única região do mundo, além da Europa, que conhecia bem e onde se sentia totalmente em casa. Membro do Partido Comunista da Grã-Bretanha desde seus dias de estudante na Universidade de Cambridge, Eric visitou Cuba no verão de 1960. Em 1962, passou três meses viajando entre Bra sil, Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Colômbia. No Brasil, ficou chocado com o atraso econômico e a pobreza que encontrou, mas também reconheceu o "imenso" potencial dos trabalhadores do campo no Nordeste brasileiro, "aquela vasta área de cerca de 2 0 milhões de habitantes que deu ao país os seus mais famosos bandidos [e] revoltas camponesas".
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VIVA LA REVOLUCIÓN - A ERA DAS UTOPIAS NA AMÉRICA LATINA
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