Existe uma estranha coincidência em muitas das críticas ao capitalismo, à esquerda e à direita. Com contornos antifinanceiros discretamente antissemíticos, neopopulistas de um lado e do outro se reúnem para denunciar os efeitos desumanizadores do din heiro. O dinheiro seria o fruto de uma grande "separação" que neutraliza o que há de vital e criativo no humano, em prol dos aspectos quantificadores, abstratos e instrumentais do homem econômico. A teoria da alienação de Karl Marx está no cerne dess a crítica moral do dinheiro como "o proxeneta universal dos homens e dos povos". A sociedade capitalista não passaria de um enorme prostíbulo em que, através da relação monetária do salário, o corpo individual e coletivo dos trabalhadores é negociado e vendido. Pois bem. Bruno Cava e Giuseppe Cocco vão na contramão dessas abordagens do dinheiro. Com a virada afetiva, cognitiva, midiática do capitalismo, o dinheiro não é mais mediação alienadora das relações entre seres humanos. Os corpos - feixe s de afetos, cuidado, cognição - é que se tornam imediatamente dinheiro, um dinheiro vivo, novo regime de funcionamento do fenômeno monetário. O valor, agora, é diretamente desejo e consumo, recriação.
Código: | 9786587631028 |
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A VIDA DA MOEDA
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