Um tento de concisão poética, objetividade política e apelo ético que se reitera ao longo da peça. Pois o tema é pura brasa e inédito, ao que eu saiba: a odisséia dos sem-teto que pululam nas periferias e nos morros de nossas metrópoles. Muitos deles , herdeiros dos Severinos de João Cabral. Síntese do sofrimento não só nordestino mas de todos os seres atados à servidão do campo, às secas eternizadas, ao êxodo forçado, razão primeira do inchaço das periferias urbanas. [.] Fernando Marques engaja- se no compromisso que o teatro de todos os tempos assumiu com a ética, e acrescenta às suas criaturas acentos reivindicatórios, ausentes nos desvalidos de Plínio Marcos, mas presentes na obra de Büchner. [.] Existe uma alienação generalizada, como ''a r que se respira'', em relação a valores, crenças e certezas. A ela Fernando Marques contrapõe palavras que são rajadas certeiras visando alvos específicos: contra os políticos sua verve é implacável e impagável contra a pretensa liberdade de imprens a, é corajosa contra a indiferença crônica dos ricos e poderosos, é indignada. A exegese de Últimos justificaria um tratado filosófico/político/ sociológico/estético e não um simples prefácio.''''''''
Código: | 9788527308069 |
EAN: | 9788527308069 |
Peso (kg): | 0,000 |
Altura (cm): | 21,00 |
Largura (cm): | 14,00 |
Espessura (cm): | 0,80 |
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