A obra autobiográfica de Maria Tereza Munhoz tem os contornos da jornada do herói, com a diferença de que seu mundo comum nunca foi nada comum. Rapidamente, nos primeiros anos da infância, a autora tomou consciência de algumas limitações importantes . Sentiase diferente das outras crianças, mas não entendia o motivo. Sem qualquer diagnóstico médico ou validação por parte dos pais sobre sua dificuldade cognitiva na época, isso nem existia entrou na arena dessa luta praticamente sozinha. Durant e sua juventude, um drama familiar sem precedentes tiralhe novamente o chão. As drogas, o HIV e a contravenção ceifaram a vida do seu meioirmão mais velho. Ela não assiste impassível a esse enredo de fim previsível, mas envolvese e, inconformada, lut a arduamente em busca de salvação e redenção para ele e toda a família. Anos mais tarde, após se casar com seu amor da juventude e imaginar que, enfim, teria anos de bonança, enfrenta a provação mais difícil de sua vida: a perda de três filhos que s e foram prematuramente. A dor, a tristeza e a depressão se apresentam e se tornam companhias constantes. Mais uma vez, Tetê luta pela sobrevivência e pela sanidade. Não desiste e é recompensada: Cecília, sua quarta filha hoje tem 17 anos. Paralelame nte, sua vida profissional corria outra maratona. Superando várias limitações com muita disciplina e esforço, Maria Tereza conquistou relevância em dois ambientes eminentemente masculinos: o mercado financeiro e a tecnologia. Passou por algumas corre toras, mas fincou definitivamente o pé nesse mercado em sua passagem de XXX anos pela B3, a antiga Bolsa de Valores. De lá, testemunhou o nascimento da XP, empresa que sempre admirou. Hoje, aos 57 anos, ser convidada para trabalhar em uma das correto ras mais disruptivas do mercado foi uma coroação e uma das recompensas desta jornada. Ela acredita que tudo o que viveu tem um propósito: ajudar o outro, sobretudo outras mulheres, e mostrar que é possível superar o insuperável. Este livro é seu ''r etorno com o elixir'', uma forma de celebrar e devolver à vida um pouco do que recebeu quando aceitou o chamado à desafiadora aventura da autoaceitação e da superação.