A obra "Povo de Deus, a Eclesiologia central do Vaticano II - Do pré-Concílio ao Papa Francisco", do Pe. Ronny Santos de Abreu, é algo muito atual e significativo, sobretudo porque a Igreja toda está refletindo sobre a Eclesiologia do Vaticano II e a Sinodalidade, buscando exercer cada vez mais a Colegialidade Eclesial em suas paróquias, dioceses, regionais e países onde ela se encontra e se concretiza. Isso se reflete igual e profundamente na Igreja do Brasil, quando vemos que a CNBB tem feito um trabalho de reestruturação de seu Estatuto e de seus organismos a partir e em vista de uma Igreja Sinodal, capaz de responder aos desafios hodiernos, consciente de que se trata de uma Igreja chamada a exercer a diaconia (serviço) e que está presen te na imensa diversidade e pluralidade que temos em nosso Brasil, um país com dimensões territoriais continentais, com pluriformes culturas e mentalidades. Aliás, esta pluralidade é algo muito real dentro da própria Igreja onde o autor nasceu, cresce u e trabalha pastoralmente, pertencendo a uma Igreja que tem um rosto de Amazônia, região onde se encontra. O Concílio Vaticano II foi o maior evento eclesial do séc. XX. Ele trouxe várias e salutares mudanças na estrutura e visão eclesiais, como a n oção de "Igreja Povo de Deus", que o autor recorda que tem sido chamada de "inversão eclesiológica" ou de "revolução copernicana" na forma de ver e vivenciar a estrutura eclesial. Ele afirma que a Igreja que renasce do Concílio não teve que fazer mui tos esforços para indicar um novo rumo. Precisou apenas voltar-se para a Sagrada Escritura, especialmente para o texto de 1Pd 2, 9-10: "Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade, [.] vós q ue outrora não éreis povo, mas agora sois o Povo de Deus".