Resíduos: tudo aquilo que foi descartado ou subjugado pela sociedade. É com esses elementos que Raquel Rennó escolheu trabalhar. Através deles, nos expõe os resíduos da cultura como uma poética do intersticial e do excluído. Numa rigorosa pesquisa ac adêmica, que permite transitar entre diferentes áreas como Comunicação, Semiótica, Arquitetura e Ciências Sociais, a autora confere voz e sentido ao que é usualmente relegado ao lugar de excluído, sujo, sobra, sucata. Cenas brasileiras e internaciona is são percorridas, passando por São Paulo e Madri, onde espaços e práticas residuais são recolhidos, recuperados e resignificados. Numa epistemologia em que o marginal ganha o centro, retratos diversos, como os de migrantes, catadores e moradores de favela, são revelados na profundidade de seus sentidos culturais.