É sobre o solo da interrogação que todo o autor ergue a sua morada. Habitando nessa morada é que ele encontra o elemento que conduz internamente a sua reflexão. Este elemento o acompanha ao longo de sua obra, mas nem sempre de uma forma visível, razã o pela qual a unidade do seu pensamento não pode ser buscada na rigidez do conceito, mas sim no elemento mais profundo que estrutura a sua reflexão. Este elemento constitui o horizonte criador que, segundo Stein (2001), acompanha a gênese do pensamen to filosófico e comanda a sua interrogação. A tarefa hermenêutica que todo o autor tem a desempenhar é justamente a de perseguir esse elemento para dele extrair o sentido que busca comunicar em sua obra. É, pois, no curso dessa perseguição que o auto r encontra a potência geradora do seu pensamento. Uma obra é sempre um testemunho deste encontro que a linguagem nos permite compartilhar com o leitor por meio de sua força enunciativa.