• CONHECER E TRANSFORMAR PESQUISA-AÇÃO E PESQUISA PARTICIPANTE EM DIÁLOGO INTERNACIONAL

Os profissionais da pesquisa social, preocupados com a qualificação de seu trabalho, sentem-se cada vez mais desafiados a explicitar a sua opção epistemológica e metodológica, o que vem produzindo um razoável número de publicações voltadas à metodolo gia de pesquisa. Em sua trajetória histórica, a pesquisa ação e a pesquisa participante têm um lugar de destaque na busca de alternativas metodológicas, muitas vezes confrontando parâmetros teóricos e práticos das metodologias clássicas. O objetivo d este livro é contribuir com subsídios de experiências de pesquisadores identificados com essa proposta metodológica que, dentro da diversidade de perspectivas, apresenta também importantes convergências. A pesquisa ação tem a sua origem marcada pela inserção nas lutas sociais. No começo encontra-se a figura de Kurt Lewin, um psicólogo social judeu alemão, que migrou para os Estados Unidos em função da perseguição nazista e que tinha como pressuposto a construção de uma sociedade democrática. No artigo "Action Research and the Minority Problems", de 1946, no qual o conceito pesquisa ação aparece pela primeira vez, ele escreve que "do ponto de vista social não basta que as organizações universitárias produzam novos insights científicos. Será necessário que instalem procedimentos de apreensão de fatos, olhos e ouvidos sociais dentro mesmo dos organismos sociais atuantes." Nos anos 1960 e 1970 a pesquisa ação teve uma grande repercussão na Europa, sendo vista como um instrumento de transfo rmação social dos movimentos que nesse período desafiaram a sociedade a se repensar em termos de relações entre gêneros, entre gerações, entre empregadores e empregados, entre professores e estudantes, e pais e filhos. Nesse período, por exemplo, a p esquisa ação serviu de base para o desenvolvimento de uma proposta de metodologia feminista de pesquisa, incorporando elementos da pesquisa participante latino-americana, mas ao mesmo tempo indo além no sentido de valorizar a história de vida das mul heres. No mundo do trabalho serviu para o fortalecimento dos sindicatos e suas conquistas de direitos trabalhistas. Educadores da linha progressista viam na pesquisa ação uma ferramenta para ajudar mudar a cara da escola e ao mesmo tempo inserir a di mensão pedagógica nos processos emancipatórios. As tradições na América Latina têm as suas fontes principais em Orlando Fals Borda, sociólogo colombiano, e Paulo Freire, educador brasileiro. O projeto de alfabetização de Paulo Freire iniciava com um

Código: 9788580429343
EAN: 9788580429343
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