Na última década assiste-se à proliferação do que se convencionou chamar "sinais distintivos" de mercado na produção agroalimentar. Esse é o caso das indicações geográficas, dos produtos da agricultura orgânica ou ecológica, da produção integrada, da economia solidária e de diversas marcas coletivas de qualidade. Paralelamente cresce o número de experiências ligadas à constituição de canais alternativos de comercialização, incluindo especialmente o caso dos mercados institucionais ou do que a li teratura internacional denomina "nested markets", cuja lógica de funcionamento se opõe frontalmente à dinâmica dos grandes impérios agroalimentares, marcados pela ênfase na comercialização de produtos padronizados e na imposição de um regime de acumu lação que converteu pequenos produtores em meros fornecedores de matérias primas de escasso valor agregado. O foco deste livro é analisar o que seus autores definem como processos de construção social da qualidade levados a cabo dentro e fora do Bras il.