Este livro oferece ao leitor um trabalho de pesquisa inédito. Nele, Emmanuela Harakassara aplica com leveza os seus conhecimentos históricos e antropológicos para informar um estudo singular das incelenças, grupo de mulheres que lança cantos tristes, mas também de conforto, no momento da morte de um infante. O ponto central deste livro é a reconstituição de uma tradição agrária, praticada comummente no Sítio Cabeceiras, na cidade de Barbalha, no Cariri cearense, tomando como posição de partida a ação do poder público no sentido de recobrar essa prática, atendendo, no entanto, a novas convenções de interesse estatal. Este testemunho é fundamental, não apenas por recobrar e examinar rigorosamente um "costume em comum" de estratos das massas a grárias, mas por analisar as sutilezas e contradições que decorrem de sua assimilação por um ente público. Enfim, cabe destacar que, com este livro, a autora preenche uma lacuna visível nas pesquisas e produções referentes a essa temática. Ao mesmo t empo, confronta dúvidas e questões que marcam esse debate no âmbito das Ciências Sociais, descerrando novas possibilidades de pesquisas nesse campo tão promissor. (Fábio José de Queiroz - Pós-doutor em Educação, doutor e mestre em Sociologia e gradua do em História. Professor associado do curso de História da Urca (graduação e mestrado)).