Manning indica no título do livro a imagem das reticências, como se a tudo pudéssemos ter sempre outras percepções além daquelas distribuídas na sociedade perante os contratos linguísticos de leitura de mundo que realizamos para nos comunicar e "fing ir" que nos entendemos e que conhecemos o que nos rodeia. Partindo da percepção autista e da linguagem individual elaborada no ente da experiência do corpo na experimentação dos espaços, a também artista da dança elabora, conjuntamente da "indivi duação" proposta pelo filósofo francês Gilbert Simondon, uma filosofia do processo, como o filósofo britânico Alfred North Whitehead, ao conceber que o autista desenvolve uma dança própria, erguida com signos engendrados nos exercícios não comunicado s de percepção das experiências individuais. É por isso que, prepositivamente, Manning inverte a lógica e desconstrói as predefinições sociais coletivistas para conceder à própria individuação uma realização coletiva e, portanto, uma ecologia para al teração da percepção. Manning estende os conceitos de movimento e relação desenvolvidos em seu trabalho anterior, Políticas do toque: sentidos, movimento e soberania (também publicado pela GLAC edições), para a noção de "pensamento coreográfico". Ela usa o pensamento coreográfico para explorar um modo de percepção que ocorre antes da liquidação da experiência em categorias estabelecidas da filosofia cartesiana. Manning conecta isso a ideia de "percepção autista", descrita pelos autistas como a consciência de um campo relacional anterior a chamada tendência neurotípica de "chunk", a experiência em sujeitos e objetos predeterminados. Os autistas explicam que, em vez de distinguir imediatamente objetos uns dos outros - como cadeiras, m esas e humanos - ao entrar em um determinado ambiente, eles experimentam o ambiente como se o mesmo tomasse sua forma gradualmente. Manning sustenta que esse modo de conscientização está invariavelmente subjacente a toda a percepção. O que percebemos nunca é primeiro um sujeito ou um objeto, mas uma ecologia. Deste ponto de vista, a autora propõe que consideremos uma política ecológica na qual o movimento e a relação têm precedência sobre categorias predefinidas, como o neurotípico e o neurodive rso, ou o humano e o não humano. O que significaria abraçar uma política ecológica de individuação coletiva?
Código: | 9786586598308 |
EAN: | 9786586598308 |
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SEMPRE MAIS QUE UM: A DANÇA DA INDIVIDUAÇÃO
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