Sei que o mar da história é agitado. Não seria diferente na Ciência Política, com conceitos, processos, recepções e definições. Com sabor de verbetes, mas com o rigor da reflexão é isso que oferece a coletânea Teoria política anarquista e libertári a organizada pelos professores Wallace dos Santos de Moraes (UFRJ) e Camila Jourdan (UERJ). De forma didática, não menos elegante, somos introduzidos às várias formas clássicas do pensamento político libertário e anarquista. Não há concessão para mim etismos ou exageros ufanistas. Viajamos pelo melhor da teoria política de Foucault a Chomsky. Entre outros desfilam apresentações sobre as formas de pensar, as principais categorias e os eixos teóricos de Bakunin, Malatesta, Weil, Kropotkin e Proudho n. Mas qual o objetivo? Operar na explicação de tais conceitos fundamentais, oferecendo aos leitores - de alunos na graduação a professores de sociologia e filosofia no ensino médio - caminhos básicos para o conhecimento de autores clássicos e as sua s contribuições no campo da teoria política. Para a iniciativa editorial só elogios. O resultado final é auspicioso. Aos organizadores o prêmio de atravessarem o desafio de reunirem contribuições intelectuais diversas. Jovens pesquisadores - mestres, doutores e doutorandos de diversas instituições - se revezam com não menos responsabilidade de apresentar autores e suas teorias políticas clássicas. Tomaram para si um projeto quiçá de práxis acadêmica libertária, posto que desafiadora, didática e com possibilidades de reprodução original.