A comunicação humana, embora aparentemente simples, carrega em si a capacidade de fazer o outro executar determinadas e específicas ações. É por meio da linguagem que influenciamos e somos influenciados a crer em certas ideias, a sentir e fazer senti r paixões, a compartilhar o mesmo estado de espírito, a esquematizar representações discursivas do outro, de determinados assuntos e de nós mesmos. É no e pelo discurso que buscamos a construção e a projeção de uma imagem positiva de nós ou a deterio ração da imagem de um adversário, oponente no palco da argumentação. Todavia, isso não ocorre por acaso, sem um projeto intencional e argumentativamente elaborado. Diante disso, este livro, a partir da análise textual e discursiva de uma denúncia, de screve, exemplifica e esclarece como logos, éthos e páthos são usados pelo enunciador em função de interesses argumentativos e retóricos para construção de representações discursivas e de provas lógicas, éticas e patéticas capazes do direcionamento d e um coenunciador - de um auditório - para assumir essa ou aquela conclusão como verdadeira, apropriando-se dessa ou daquela crença como sua.