A modernidade se caracteriza por uma inovação radical na concepção do ser humano: o homem medieval, cuja principal virtude era a obediência a Deus e a seu senhor, na sociedade estamental, é substituído por um homem cuja virtude principal passa a ser a criatividade. Isso se justifica mediante o conceito kantiano de autonomia. O livro trata da autonomia em suas diversas modalidades, em especial nas leituras de Kant e de Habermas. Além disso, mostra como o conceito de autonomia é relevante do ponto de vista cognitivo, para estruturar a noção de objetividade dentro de um paradigma estritamente comunicacional. Entretanto, o homem autônomo não é solipsista. Ele existe na presença do Outro, e isso tem consequências importantes, como postulam o exi stencialismo e, mais radicalmente, Emmanuel Lévinas. Então é preciso examinar como a convivência humana e a solidariedade podem se compor com a autonomia nas relações intersubjetivas. A ideia de responsabilidade aparece, então, para articular-se com a pura racionalidade, de modo que a autonomia vislumbrada por Kant não resulte em arbítrio. Com isso, conclui-se a tese proposta pela tetralogia: é a responsabilidade que possibilita que o ideal humanista da modernidade se torne empiricamente exequív el. Procura-se esclarecer a diferença entre a autonomia, um atributo metafísico do ser humano, e a liberdade para o exercício da autonomia. Nesse processo a estrutura do discernimento é examinada em minúcia, sendo discutida sua aplicação aos juízos d e valor. Em especial, examina-se a noção de responsabilidade como decorrente das ações em face dos outros e em face de valores supremos, reconhecidos ou instituídos pelo próprio sujeito. O tratamento que este livro dá aos conceitos de "autonomia" e " responsabilidade" considera o sujeito como um indivíduo empírico, capaz de erros e de acertos. Desse modo, ele se dedica a examinar como essas características da realidade vivida se compõem para permitir o ajustamento que as hipóteses metafísicas ace rca do sujeito transcendental tornavam de algum modo natural. É por isso que o título do volume informa a seu leitor que a noção de "autonomia" é o fundamento da invenção do indivíduo - o indivíduo comum - como agente e destinatário das ações polític as e sociais.

Código: 9788536298597
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RESPONSABILIDADE COMO HUMANISMO - VOLUME 04 - AUTONOMIA: A INVENÇÃO DO INDIVÍDUO

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