Gilles Lipovetsky aborda como o desejo de agradar e os comportamentos de sedução parecem ser atemporais. A hipermodernidade liberal marca uma importante ruptura nessa história milenar, na medida em que impõe a nossas sociedades a generalização do éth os de sedução e a supremacia de seus mecanismos.
As palavras de ordem não parecem ser mais coagir, ordenar, disciplinar, reprimir, mas sim "agradar e impressionar". A ambição é de ora em diante uma das grandes leis, agindo em toda parte, na economia , nas mídias, na política, na educação.
A economia consumista está saturada com ofertas comerciais atrativas do cotidiano, e o cotidiano dominado pelo imperativo de captação dos desejos, da atenção e dos afetos. O modelo educativo elabora-se na comp reensão, no prazer, na atenção relacional. Já na esfera política, o tempo não é mais o da convicção pela propaganda, mas o da sedução pela videocomunicação, completando a dinâmica de secularização da instância do poder. A sedução do mundo provocou a emergência de uma individualização hipertrofiada da relação com o outro - maneira extrema de agir sobre o comportamento dos homens e de governá-los, representação extrema do poder nas sociedades democráticas liberais.
Código: | 9788520459294 |
EAN: | 9788520459294 |
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A sociedade da sedução: democracia e narcisismo na hipermodernidade liberal
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