Ao não escrever o prometido tratado de ética, ao alijar do seu corpo teórico uma moral prescritiva, Sartre o faz em respeito a uma concepção de liberdade sem precedentes na filosofia. E essa liberdade está em consonância com uma transformação da noçã o de sujeito, ao declinar, por exemplo, noções como identidade, autonomia ou deliberação. Para além de uma gratuidade fortuita e aquém de uma prescrição imperativa, suportar uma experiência de indeterminação fundante será, simultaneamente, obrigar o pensamento a refletir sobre o acontecimento humano e sua respectiva demanda moral sob novos paradigmas. Nesse apontar para um novo começo nos estudos sobre ética, Sartre se traveste de esfinge e lança o clássico desafio ao leitor: decifra-me ou devor o-te.
Código: | 9788515044511 |
EAN: | 9788515044511 |
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O DRAMA DA AMBIGUIDADE - A QUESTÃO DA MORAL EM O SER E O NADA
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