Se esta conferência* fora feita na Rússia, numa das amplas praças de Moscou ou de Leningrado, não resta dúvida de que, ao ser concluída, milhares de comunistas ou de ateus se levantariam, sentenciando: - «Deus é uma fábula Cristo - um mito o Calvár io - uma loucura Konnersreuth - uma farsa». Se a minha voz se fizesse ouvir nos Estados Unidos da América do Norte, em um dos mirabolantes salões de cinema da Babilônia americana, não há dúvidas, milhares de materialistas se ergueriam, dogmatizando: «Somente o corvo e a matéria existem o espírito e a alma não passam de entidades quiméricas a redenção é coisa absurda Konnersreuth, uma superstição medieval». Se eu ousasse falar na França, quiçá numa das luxuosas salas da «Cidade-Luz», não trep ido em afirmar que, mal se perdesse o eco das minhas últimas palavras, milhares de racionalistas me responderiam: «O que não compreendo, não creio não creio no sobrenatural, nem em milagres, nem em Konnersreuth». Finalmente, se a minha arenga tivess e por teatro a famosa «Wilhelmstrasse» de Berlim, não hesito em supor que milhares de modernistas me retrucariam: «Com a morte tudo acaba. Não há outra vida. Não há recompensa depois da morte. Que nos importa Konnersreuth!» Aqui, porém, me é favoráve l o ambiente sei que o meu auditório, crente e amante da verdade, me ouve com religioso acatamento. Dest''arte, o terreno convida a que nele eu plante o que, vendo e estudando, Konnersreuth em meu espírito fez germinar. Em Konnersreuth, depara-se o fio que nos liga à Eternidade. Em Konnersreuth, antolha-se-nos uma prova concludente da existência de Deus.