Geralmente, concordamos em considerar a substituição da doutrina de Santo Agostinho por uma nova síntese doutrinal como o acontecimento filosófico mais importante que poderia ter ocorrido ao longo do século XIII. Se precisássemos indicar o ponto crít ico em que se estabelece a dissociação entre a antiga escolástica e a nova, sem dúvida nenhuma seria conveniente escolhermos a teoria do conhecimento. Antes de Tomás de Aquino, a adesão à doutrina agostiniana da iluminação divina é praticamente unâni me depois de Tomás de Aquino, tal consenso deixa de existir, de modo que até mesmo o doutor franciscano João Duns Escoto abandona, quanto a esse aspecto essencial, a tradição agostiniana da qual sua Ordem havia sido até então o mais fiel sustento. N ão vemos muita razão para que o agostinismo precisasse um dia ser posto à prova, no interior do próprio cristianismo, a menos que sua sorte não tivesse se encontrado vinculada, pelas circunstâncias, àquela de uma filosofia não cristã, que o introduzi u em sua própria condenação. Essa é a hipótese que gostaríamos de submeter à prova dos fatos, procurando a influência que o pensamento de Avicena pode ter exercido sobre os destinos do agostinismo medieval.
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Por que São Tomás criticou Santo Agostinho: Avicena e o ponto de partida de Duns Escoto
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