Os sonhos expressam, por meio de suas imagens, uma parte intrínseca das expressões de uma individualidade e, portanto, devem ser tratados como um fenômeno participativo e ativo da experiência humana. Este livro se propõe a fazer uma reorganização, ba stante restrita e particular, diga-se de passagem, das ideias, hipóteses e suposições que foram estudadas e analisadas por Jung e por alguns outros pós-junguianos, ao se colocar na difícil tarefa de trazer para o alcance da psicologia alguns pressupo stos que nos orientem para a percepção psicológica que a atividade onírica desempenha na vida de cada um de nós. Essa compreensão vai ser dirigida para o que Jung denominou como sendo um processo de individuação - para um tornar-se o que se é -, que é o principal objeto de estudo da Psicologia Analítica desenvolvida por ele. Nesse contexto, as imagens oníricas, jogadas no mundo acordado da consciência, desempenham um papel importante e fazem parte desses processos psíquicos que envolvem o desenv olvimento da personalidade e incidem no processo de individuação. Muito embora a vida onírica e a vida acordada mantenham uma relação, muitas vezes, dúbia à consciência, é essa dubiedade que dá um sentido mais amplo para nossa individualidade. Ningué m pode sonhar os nossos sonhos.