Este estudo tem o objetivo de aprofundar a compreensão da eficácia e eficiência nas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do estado de Minas Gerais a partir da percepção dos gestores (presidente, diretor, gerente, coordenadores etc.) da missão dessas organizações. No Brasil, existem mais de 2.100 Apaes, sendo Minas Gerais o estado brasileiro com maior número dessas instituições, presentes em 421 municípios. Essas organizações não têm fins lucrativos e sua origem reside em um movi mento de pais que, na década de 50 do século passado, resolveram criar organizações para apoiar seus filhos em situação de deficiência. De acordo com Steinberg e Powell (2006), existem múltiplas definições e categorizações para esse tipo de organizaç ão, fato que gera muitas confusões, tais como organizações não governamentais, organizações do terceiro setor, organizações sem fins lucrativos, organizações sem fins econômicos, organizações filantrópicas, organizações voluntárias, organizações do s etor independente etc.No Brasil, essas múltiplas definições geraram muita confusão ao longo do tempo, como grandes cooperativas sendo categorizadas como organizações sem fins lucrativos, enquanto tinham como objetivo gerar lucro para seus cooperativa dos. Diante dessa discussão, o Congresso brasileiro aprovou a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, que define as organizações sem fins lucrativos e de origem na sociedade civil como Organizações da Sociedade Civil (OSC). As Apaes, portanto, são OSC s criadas por uma necessidade da sociedade civil no processo de habilitação e reabilitação da Pessoa com Deficiência Intelectual (PcDI), com ou sem associação a outro(s) impedimento(s), em parceria com as políticas públicas desenvolvidas pelo Estado brasileiro.Esta pesquisa tem como justificativa a atual conjuntura em que se debate a gestão das OSCs no Brasil e nos revela duas perspectivas: a primeira refere-se à visão das políticas públicas brasileiras que não consideram essas organizações como participantes importantes na construção de uma sociedade mais justa e igualitária e a outra se refere ao descaso da ciência da administração em relação a esse campo de conhecimento específico, que tem como consequência a adoção, por parte das OSCs, de processos e práticas administrativas vindas de empresas incompatíveis com a sua missão.